Pedro Silva, 33 anos, especialista em Psicologia do Desporto desde 2011, Professor de Ensino Superior, Empresário e Formador Profissional. Conheça a sua história!
Como foi a construção da sua carreira? Foi algo consciente, planeado ou foi acontecendo?
Sempre me interessei pela área das pessoas e sempre pratiquei desporto e foi por isso que decidi estudar Psicologia do Desporto, área em que fiz licenciatura e mestrado. Como fui sempre trabalhador-estudante também me interessavam as empresas, os negócios, etc. Então, fui sempre conjugando estas duas áreas. Quando terminei a minha formação comecei a trabalhar com clubes desportivos, atletas, treinadores e também na área da formação profissional para empresas, com workshops e teambuildings. Durante 7 anos estive em duas empresas deste setor e decidi criar a minha própria empresa, que se chama Método, em janeiro de 2018. Adoro o que faço, quer com empresas quer no desporto, adoro dar aulas e formação.
Em retrospetiva consigo encontrar um misto de planeamento e de inesperado. Em alguns momentos sinto que as oportunidades apareceram, eu fui atrás delas e fui gostando. Noutros momentos tive de ser eu a criar as oportunidades que queria e a dar os passos certos na hora certa.
Quais as situações mais desafiantes na sua área profissional e que estratégias usou para superar esses desafios?
Há dois momentos diferentes, mas intimamente ligados. O primeiro é, sem dúvida, a abertura da minha empresa. Sentia-me a estagnar, já tinha alguma experiência e sentia que precisava (e podia) ter um desafio mais à minha imagem, com o qual me identificasse a 100%, onde sentisse que tudo o que dava era para criar algo verdadeiramente bom. Então, criar uma empresa desde o ponto zero até ela estar a funcionar em pleno, a ter bons resultados, reconhecimento no mercado, é muito bom. E quando se está neste processo o cansaço não importa, o trabalho não importa, porque se está a fazer algo em que se acredita e esse é um motor muito potente. Os anos de 2018 e 2019 foram assim: a criar e implementar a empresa.
A expectativa para este ano 2020 era de crescer ainda mais e todos os indicadores iam nesse sentido… até que surge o segundo maior desafio: esta situação de pandemia da COVID-19. Numa atividade que era totalmente presencial, que junta pessoas, que as dinamiza com formações e atividades, etc., fica tudo em causa e temos de nos reinventar. É duro, mas tem de ser e é o que estamos a fazer: a alargar formatos, novas metodologias, novas áreas de negócio, por aí. Nesta fase a estratégia é: quando os outros abrandam está na hora de nós acelerarmos. E vamos sair disto mais fortes.
Quais as competências chave (soft e hard skills) para alguém que procura trabalhar a sua Gestão de Carreira na sua área profissional?
É complexo… mas vou tentar ajudar. Acredito que o ponto de partida é a paixão, encontrarmos o que gostamos mesmo de fazer e perceber como isso se pode tornar numa carreira. Depois é preciso dedicar-se a isso, com empenho, com curiosidade, aprender, ser competente, ganhar experiência. Temos de dominar essa área, as ferramentas e as técnicas, as chamadas hard-skills, porque senão dificilmente faremos um bom trabalho. Mas penso que quando gostamos mesmo de uma área, isso acontece naturalmente… e o que faz a diferença são as soft-skills. Atitude positiva, confiança, determinação, tomada de decisão, colaboração, comunicação, liderança, etc. são decisivas.
Além disto, no meu caso, tem sido importante ser multifacetado, porque eu tanto estou a acompanhar um atleta na preparação de uma competição, como no dia seguinte estou a fazer consultoria a uma empresa e no dia seguinte a esse estou a dar uma aula de Psicologia do Desporto… e tenho de estar sempre a mudar o chip.
Outro exemplo: nunca tive formação em Gestão e passei a ter de gerir uma empresa, ou seja, precisei de perceber de economia, de impostos, contribuições e outros assuntos relacionados que não me diziam nada.
Resumindo, no meu caso tem sido muito importante adorar o que faço porque, como trabalho em áreas muito diferentes e tenho muitas responsabilidades, é difícil manter o desempenho. Mas quem corre por gosto, não se cansa.
Que sugestões tem para alguém que queira seguir o seu caminho?
Alarguem horizontes – não se limitem a andar na escola, não acreditem que o importante é só “marrar” e ter boas notas. Conheço imensas pessoas que tinham muito boas notas, mas faltava-lhes tudo o resto. Nunca tinham feito mais nada na vida. Desporto, música, artes, voluntariado, etc. dão-nos muito mais do que se imagina e preparam-nos para o futuro.
Preparem-se para as oportunidades, mesmo que elas não estejam “ao virar da esquina”, ou seja, não esperem que chegue um convite. Antecipem e prepararem-se antes da oportunidade. Se ela chegar, já estão em vantagem. Se não chegar, criem oportunidades, sejam pró-ativos, façam acontecer e façam diferente para melhor.
Estudem sempre – para se manterem sempre atualizados é preciso estudar mesmo enquanto se trabalha. Para dar aulas eu estudo, e sim, eu é que sou o Professor… mas estudo porque quero continuar a aprender, por isso continuo a ler, a investigar, a ser curioso.